Escavações em Motza. (Foto: P. Partouche / SkyView)
Arqueólogos da Universidade de Tel Aviv e da Autoridade de
Antiguidades de Israel, dizem que o Templo de Salomão no Monte do Templo em
Jerusalém provavelmente não era o único local de culto centralizado na região
de Judá.
Para chegar nesta conclusão, eles analisaram um espaço
escavado em Tel Motza, local onde em torno dos séculos X a.C. até o início do
século VI a.C. existia um enorme complexo de templos da Idade do Ferro.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Localizado a apenas sete quilômetros a noroeste da antiga
cidade de David, em Jerusalém, o espaço foi descoberto pela primeira vez em
2012 e traz uma informação importante: o templo de Motza é contemporâneo ao
Primeiro Templo de Jerusalém e usa o mesmo plano arquitetônico.
Ao Times of Israel, Shua Kisilevitz, da Autoridade de
Antiguidades de Israel, revelou que o templo secundário teria cerca de dois
terços do tamanho do Primeiro Templo e provavelmente foi construído por
construtores semelhantes que vieram da região da Síria, conforme descrito na
Bíblia.
Estatueta de carneiro encontrada em Tel Motza. (Foto: Yael
Yolovitch / Israel Antiquities Authority)
“Você não poderia ter construído um grande templo monumental
tão perto de Jerusalém sem que ele fosse sancionado pela sociedade dominante”,
afirma Kisilevitz. O fato de o templo de Motza funcionar em paralelo com o
local maior de Jerusalém significa que ele estava “provavelmente sob os
auspícios de Jerusalém”, acredita.
Pelas pesquisas, em Motza funcionava um centro de adoração
paralelo, com uma orientação leste-oeste do templo e um layout que consiste em
um pátio e um grande edifício retangular.
Entre os outros restos da atividade de adoração, há uma mesa
de oferendas construída em pedra e “um monte de artefatos”, incluindo figuras,
estandes de culto e cálices, que teriam sido trazidos pelos penitentes.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
A equipe descobriu restos de ossos e cerâmica em um poço de
lixo próximo, algo semelhante ao que era usado pelos judeus, que hoje usam uma
geniza para textos sagrados.
Estatueta de um cavalo encontrado em Tel Motza (Foto: Yael
Yolovitch / Israel Antiquities Authority)
“Tudo o que você usa no templo, os animais ou os vasos, é
imbuído de simbolismo religioso e se torna sagrado por si só quando usado em
rituais religiosos. Então eles não podem ser descartados; são depositados no
terminal sagrado”, ensina.
Ela sustenta que as estatuetas – ou ídolos – não eram
necessariamente adoradas, mas eram mediadoras entre o peticionário e sua
divindade ou divindades.
“Temos que pensar sobre as coisas em seus contextos. No
antigo Oriente Próximo, os templos eram casas literais dos deuses”, disse ela.
Então, junto com as ofertas de comida, bebida e vasos, essas figuras eram “uma
maneira de lembrar ao deus que você estava lá e fazer um pedido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário